segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Ato Estudantil em Repúdio a implantação de Mega-empreendimento Imobiliário em Área de Preservação Permanente (APP) do Francês a Barra de São Miguel.


FOTO fonte: Jornal Gazeta de Alagoas 15/06/2010 - Pag. A21

Estudantes participaram nessa segunda-feira dia 14 de junho de 2010 de uma reunião nas instalações do Instituto de Meio Ambiente de Alagoas no bairro de Bebedouro, em pauta a discussão sobre a Implantação do Barra de São Miguel Empreendimento Turístico em uma APP de Restinga, A mobilização começou logo cedo as 8:00h os estudantes já estendiam faixas em frente a base do órgão ambiental com dizeres: GOVERNADOR NÃO DEIXE QUE DESTRUAM NOSSA RESTINGA! e QUEREMOS A CRIAÇÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO JÁ! Munidos de cartazes e de argumentos bastante coerentes os estudantes tiveram voz na reunião e manifestaram suas posições lendo para a comissão e para os presentes uma Moção de Repúdio ao local de implementação do Empreendimento, logo após os Estudantes entregaram para o Secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas Alex Gama uma cópia do documento redigido pelos estudantes do Centro Acadêmico de Biologia da UFAL.

Participaram dessa Atividade varias entidades estudantis como o C.Abio da Ufal, o Diretório Central dos Estudantes - DCE/UFAL e o D.A de Gestão Ambiental (DAMA) do IF-AL que também apoiaram e assinaram a Moção de Repúdio.

Essa é uma das formas do Movimento Estudantil dar sua contribuição para a sociedade e para o meio ambiente, ultrapassando os muros da universidade e participando das discussões em conjunto com outros setores e expressando sua opinião com Voz Ativa e Combativa!

LEIA ABAIXO a Moção de Repúdio anunciada pelos estudantes:

Nós enquanto estudantes do centro acadêmico de biologia e do Diretório Central dos Estudantes Quilombo dos Palmares da Universidade Federal de Alagoas, vimos por meio dessa carta destacar nosso repúdio ao que está preste a acontecer com a restinga do nosso estado de Alagoas.

Como futuros trabalhadores e nos enxergando como protagonistas ativos necessários nessa sociedade tomamos como obrigação nos colocarmos claramente contra o que se pretende fazer com essa Área de Preservação Permanente. Tal nome deveria ser auto-explicativo e subsidiar qualquer tipo de pretensão em cima dessa área, contudo, passa-se por cima mais uma vez do que é racional para o que é economicamente favorável para aquele que defendem esse megaempreendimento. Deve-se aqui ressaltar a importância do bioma restinga pontuando esferas em que ela é imprescindível.


Ecologicamente é um ecossistema único com espécies endêmicas, exclusivas, que irão desaparecer gradualmente com a destruição de seu habitat. Há, portanto, um reflexo direto na perda da riqueza natural do estado, algo que destaca Alagoas mundialmente. Ou seja, a destruição de um dos bens mais preciosos inclusive com grande contribuição na economia do estado, a natureza, é um tiro no pé da população alagoana. Vale-se destacar que se trata de um tipo de bioma extremamente delicado e qualquer forma de manejo que não vise à preservação mas que vise lucros megaempreendedores fada esse ambiente a um terrível fim.


No âmbito das comunidades alagoanas que moram ao redor da restinga e têm acesso ao bioma, necessita-se, sim, de uma educação ambiental intensa, contudo, esta população tem interesse na manutenção daquele ambiente. Portanto, tais pessoas não irão extrair daquele ambiente até a última gota, como fazem os grandes interessados no lucro megaempreendedor, mas sim tirar dela harmonicamente o que necessitam para viver.

Esclarecendo aqui que as APP foram criadas para proteger os biomas, o que significa que não são áreas apropriadas para alteração de uso da terra, devendo estar cobertas com a vegetação original. A cobertura vegetal nestas áreas irá atenuar os efeitos erosivos e a lixiviação dos solos, contribuindo também para regularização do fluxo hídrico, redução do assoreamento dos cursos d’água e reservatórios, e trazendo também benefícios para a fauna.

Ao se tratar da legislação que deveria proteger o meio ambiente, o código florestal, as restingas tinham sua segurança garantida, antes de reformas nele postas. Isso devido a um item no artigo 2º que garantia sua preservação dizendo que as áreas de preservação permanente incluíam as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadores de mangues. Destacando que está em andamento outra mudança nesse código que diminui a percentagem obrigatória de manutenção florestal das APP e que cada estado terá de fazer sua lei de acordo com a determinação da lei nacional. Isso dará direções e medidas que poderão redefinir as áreas de reserva legal em razão de peculiaridades regionais. Ou seja, de fato depois de mais uma manobra favorecendo os ruralistas e desresponsabilizando o governo federal, tais votos de minerva ficam nas mãos dos responsáveis aqui do estado.

Diante deste quadro estamos aqui para reivindicar a manutenção do que restou da restinga original de Alagoas não aceitando mais um absurdo megaeempreiteiro que pretende passar por cima, mais uma vez, da natureza e do próprio homem enquanto parte integral dela em prol de interesses que nos parecem irracionais!

Parece que o dinheiro deixa alguns cegos, surdos e mudos. MAS NÃO DEIXA A GENTE, POR
ISSO GRITAMOS, NÃO!
E PERGUNTAMOS, PARA QUE E PARA QUEM DERRUBAR A RESTINGA?

No dia que as árvores acabarem perguntaremos aos investidores se eles irão comer dólares no almoço!!!

Até onde algo que é rentável para os interesses dos que implementam tais medidas é sustentável ecologicamente?!

Mobilizar pra Resistir, Manifestar pra Preservar! Se não fizermos nada, quem fará?

Pela garantia de uma unidade de conservação da restinga que de fato seja respeitada!

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