quinta-feira, 31 de maio de 2012

Reunião do Comando de Mobilização estudantil

Na reunião ampliada do DCE foi aprovado a criação do comando de mobilização estudantil de apoio à greve dos professores. Diante disto, o DCE convoca a todos os estudantes, CAs e DAs para participarem da reunião do comando que acontece nas segundas-feiras às 9h na tenda da cultura estudantil na Ufal. Esta reunião tem o objetivo de construirmos atividades em apoio a greve dos docentes, para mobilizar os estudantes e, sobretudo,  fazer luta politica com os estudantes que se colocam contra à greve dos professores.  

Vamos lutar por uma educação qualidade!

Nota de apoio do comando de mobilização estudantil à greve dos professores

A Ufal, como várias universidades federais, passa por um momento de precarização do trabalho dos professores que é sem precedentes. Os professores lutam há anos pela aprovação de um plano de carreira docente e a incorporação das gratificações ao salário dos professores. Também lutam para superar a situação de exploração a que estão submetidos, hoje existem professores que dão aulas em quatro, cinco e ás vezes até mais turmas, muitas vezes sem condições de fazer pesquisa e extensão de qualidade.Diante desse cenário a votação da proposta de greve na categoria foi aprovada massivamente e de forma unânime (com apenas 8 abstenções contra 182 a favor), com 44 universidades já se posicionando favoráveis.

Apoiamos essa greve dos professores pois é preciso melhorar a situação da educação superior do nosso país, é preciso superar essa situação de desvalorização que sofre a docência. Principalmente, é preciso dar uma firme resposta ao governo Dilma, que vem realizando sucessivos cortes de verba que deveriam ser destinados à educação pública e tratando as greves que vem ocorrendo no Brasil inteiro com muita repressão, como foi o caso das greves de Belo Monte e Altamira, dos bombeiros do Rio de Janeiro e da Polícia na Bahia.

Os estudantes devem se colocar ao lado das lutas dos trabalhadores e explorados do Brasil. Com esse intuito, nós estudantes fundamos ontem um comando de mobilização estudantil de apoio à greve dos professores, para nos somarmos a essa luta e contribuirmos na medida do possível para mobilizarmos os estudantes e fazermos a disputa ideológica com os colegas de nossa categoria que ainda se colocam contrários à greve.

Todo apoio à luta dos professores é necessária nesse momento.E é importante alertamos: para que os professores sejam vitoriosos, é preciso ter pulso e a determinação de fazer uma greve forte e mobilizada, que esteja disposta a unificar com os setores do funcionalismo público que também vem discutindo proposta de greve para início de junho, como os servidores do judiciário, os técnicos federais, os funcionários do IBGE e IBAMA, dentre outros. Para que dessa forma o movimento ganhe ainda mais força contra os sucessivos ataques que o governo vêm aplicando aos trabalhadores.

TODO APOIO À LUTA DOS PROFESSORES!
 PELA UNIDADE DOS SERVIDORES PÚBLICOS!

Greve das universidades federais é o momento para cobrar transformação da universidade

     O Brasil vive um momento de rediscussão da sua política educacional. Enquanto o governo tenta aprovar no Congresso Nacional, um Plano Nacional de Educação (PNE) que vai de encontro as reivindicações de estudantes, trabalhadores e docentes brasileiros, para além de não tocar absolutamente nos pontos fundamentalmente críticos da nossa educação (investimento, aumento das vagas gradativos até o livre acesso, aumento no número de bolsas). Enquanto isso, nas universidades, os estudantes tem protagonizado lutas importantes na busca por seus direitos fundamentais. E não foram pequenas as manifestações, ocupações de reitoria, de bandejões, passeatas e greves que se desenrolaram nos últimos anos entre os estudantes brasileiros.
     As universidades brasileiras estão numa encruzilhada quanto ao seu papel na sociedade. Hoje, apenas 15% dos jovens em idade universitária estão nas universidades, destes, 85% estão matriculados em instituições privadas, que extorquem todos os meses os estudantes para que tenham acesso a um direito garantido pelo artigo 205 da constitução brasileira que diz que a educação é direito de todos e dever do Estado. Mas que direito é esse que se tem que pagar por ele?
     Além disso, faltam bolsas de permanência nas universidades federais, onde existem residências universitárias, estas tem poucas vagas e condições estruturais precárias, os bandejões ou são caros, ou são insalubres, ou são os dois, não existe uma política clara para a questão das matrizes curriculares, sendo as mesmas aprovadas sem nenhuma participação estudantil e ainda por cima, a remuneração dos trabalhadores e docentes, pelo importante papel que cumprem na sociedade é baixa e defasada.
     Neste sentido, as ADs (Associação dos Docentes) de dezenas de universidades federais (eram 43 até o lançamento desta nota) decretaram greve por tempo indeterminado por que os canais de negociação com o governo estão fechados. Em nota oficial o ANDES (Sindicato Nacional dos Docentes) afirma que “O quadro é muito diferente do que o governo noticia. Existem instituições sem professores, sem laboratórios, sem salas de aula, sem refeitórios ou restaurantes universitários, até sem bebedouros e papel higiênico, afetando diretamente a qualidade de ensino”.
     Sem dúvida, também é de importância fundamental na reivindicação dos docentes, as melhorias nas condições de trabalho nas universidades. A exigência cada vez maior pela publicação de artigos e a falta de laboratórios, condições adequadas e remuneração insuficiente, faz com que o índice de depressão e estresse entre os docentes creça assustadoramente.
     Entendemos que uma educação de qualidade e socialmente referenciada passa necessariamente por valorização do docente, enquanto facilitador da construção de um conhecimento libertador, uma ciência & tecnologia independente e uma universidade democrática e popular. Não é possível que o mesmo governo que destina todos os anos quase R$ 700 bilhões para o refinanciamento da dívida pública, diga não ter recursos para melhorar a situação das universidades e atualizar a remuneração dos professores.
     Por isso, os estudantes precisam integrar essa greve dos docentes, na sua agenda de lutas que já vem sendo desenvolvida há tempos nas universidades. Onde houver conjuntura e mobilização suficiente, é preciso organizar greves estudantis com a pauta que já vem sendo desenvolvida em cada universidade. É urgente organizar jornais, blogs, panfletos, vídeos que dialoguem com o conjunto dos estudantes, no intuito de aumentar a mobilização e também para não deixar que a imprensa conservadora e o governo coloquem a culpa da falta de aulas e do trancamento das universidades nos docentes, pois se existem todos esses problemas nas universidades, com certeza não é culpa nem dos estudantes, nem dos trabalhadores, nem dos docentes.

Yuri Pires, 1º vice-presidente da UNE

Leia outras notícias: http://averdade.org.br/

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Carta de Repúdio à Reitoria da Universidade Federal de Alagoas

Nós, estudantes da UFAL – campus A. C. Simões, reunidos em Reunião ampliada do Diretório Central dos Estudantes Quilombo dos Palmares, no dia 16 de maio de 2012, deliberamos por unanimidade os seguintes termos:


  1. Repudiar a ação da Reitoria da UFAL ao processar os representantes Estudantis que participaram da reunião com o Ministério Público Federal com o objetivo de exigir os direitos e as melhorias, resultado das reivindicações de uma grande pauta retirada em Assembleia Geral, na qual mais de 500 estudantes presentes apoiavam e estavam em pleno acordo.
  2. Repudiar a ação da Reitoria pela penalização individualizada aos líderes estudantis que estavam representando os interesses coletivos, e exerciam os seus direitos em se mobilizarem em busca de um ensino de qualidade.
  3. Repudiar a Reitoria pelo não cumprimento das pautas de reivindicações dos estudantes em assembleia no ano de 2011.



Diante dos termos supracitados, nós, estudantes da UFAL, entendemos esta prática como uma estratégia de desmobilização do movimento estudantil com punições de caráter fascista. Acreditamos ter sido antipedagógica e hostil a maneira da Reitoria lidar com o corpo discente que luta por uma universidade melhor: pública, gratuita e de qualidade.


Maceió, 16 de maio de 2012.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Professores Deflagram greve na UFAL

    No dia 1º de maio relembramos em todo mundo a luta dos trabalhadores
contra os patrões exploradores. A mídia foi obrigada a cobrir as várias
manifestações que ocorreram nos diversos países do mundo, que se caracteriza
pela luta de classes. Inclusive em Alagoas, com uma passeata que uniu os
trabalhadores da cidade e do campo na orla da capital, num tom de denúncia as
más condições de trabalho.
   Não obstante a essa realidade, os servidores públicos federais vem sofrendo
com os ataques da política do Governo que cada vez menos favorece a classe
trabalhadora. Fica claro quando relembramos que no ano passado (2011) os
professores numa negociação pedia 20% de ajuste salarial, quando o correto
seria 70%, mas o Governo só cedia 4%. Fechado esse acordo de reajuste na
casa dos 4% para março de 2012, porém até maio ele não foi cumprido. Além
disso, os professores cobram do Governo Federal a revisão do plano de cargos e
carreira, que segundo eles não atende a atual realidade da categoria.
  A partir disso, várias assembleias vem ocorrendo no país e deflagrando
greves nas Universidades públicas. Na UFAL no dia 15/05 os professores por
decisão unanime deflagraram greve para a próxima quinta-feira.
Nós do Diretório Central dos Estudantes gestão “Correnteza - Quem Espera
Nunca Alcança” convidamos todos os estudantes para mobilizações que
relembre a precariedade da Universidade, e para defender:

  •  Democratização dos espaços de deliberação da Universidade, dos

Colegiados ao CONSUNI;

  •  Mais investimento na Educação, com a aprovação dos 10% do PIB para

educação;

  •  Repudio a decisão da Reitoria de criminalizar o movimento estudantil,

pelo fim do processo dos 7 estudantes durante a ultima ocupação;

  •  Efetivação das pautas de reivindicação tirada na Assembleia Geral dos

Estudantes da UFAL.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Carta de Repúdio à Reitoria da Universidade Federal de Alagoas

Por: Centro Acadêmico Afonso Lisboa - Psicologia Polo Palmeira dos Indios



Nós, estudantes do curso de Psicologia da Universidade Federal de Alagoas – Unidade Educacional de Palmeira dos Índios, reunidos em Assembléia Estudantil, presidida pelo Centro Acadêmico de Psicologia, C.A. Afonso Lisboa, no dia 26 de março de 2012, deliberamos por unanimidade os seguintes termos:


  1. Repudiar a ação da Reitoria da UFAL ao processar os representantes Estudantis que participaram da reunião com o Ministério Público Federal com o objetivo de exigir os direitos e as melhorias, resultado das reivindicações de uma grande pauta retirada em Assembléia Geral, na qual mais de 500 estudantes presentes apoiavam e estavam em pleno acordo.
  2. Repudiar a ação da Reitoria pela penalização individualizada aos líderes estudantis que estavam representando os interesses coletivos, e exerciam os seus direitos em se mobilizarem em busca de um ensino de qualidade.



Diante dos termos supracitados, nós, estudantes de Psicologia da anteriormente referida Unidade Educacional, entendemos esta prática como uma estratégia de desmobilização do movimento estudantil e de punição. Acreditamos ter sido anti-pedagógica e hostil, a maneira da Reitoria lidar com o corpo discente que luta por uma universidade melhor: pública, gratuita e de qualidade.



Palmeira dos Índios, 26 de março de 2012.



Discentes da Universidade Federal de Alagoas – Unidade Educacional de Palmeira dos Índios

domingo, 6 de maio de 2012

Lançamento Oficial do V FUCA


LANÇAMENTO OFICIAL 10 DE MAIO
PRAÇA DA PAZ (R.U. - UFAL) 

PROGRAMAÇÃO

CURTA METRAGEM - AGUA BARRENTA (TIAGO PENA)
APRESENTAÇÃO DE CAPOEIRA DA ANGOLA

+ LADOESTE (RAP)
+ BOBY CH (RAP)
+ DIEGO VERDINO (RAP)
+ BEABÁ do REPENTE (Projeto de Vivência de Arte na UFAL)

DISCOTECAGEM

SELECTA VIBRATION (DEEP#ROOTS/DUB/DANCEHALL)


- EVENTO COMPLETO 28/05 À 02/06

O MOVIMENTO ESTUDANTIL NOS PRIMÓRDIOS DA UFAL - DCE 50 Anos

 Por Agatângelo Vasconcelos: médico, professor universitário aposentado. Membro do IHGAL.

Quando a Universidade Federal de Alagoas foi criada no dia 26 de janeiro de 1961, havia no Brasil e em particular em nosso estado, um intenso e representativo Movimento Estudantil com o qual a recém-criada instituição conviveu e interagiu. A União Estadual dos Estudantes de Alagoas (UEEA), ligada à União Nacional dos Estudantes (UNE), congregava as aspirações dos estudantes universitários, enquanto a União dos Estudantes Secundaristas de Alagoas (UESA), vinculada à União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES), o fazia quanto aos que ainda não haviam alcançado o Ensino Superior, mas não existia interação significativa entre as duas entidades. A UNE, após algumas administrações definidas como direitistas, tinha como presidente Aldo Arantes, integrante da Ação Popular (AP), movimento surgido em 1962 ao definir a sua linha política e estabelecer-se como uma dissidência da Juventude Universitária Católica (JUC) em relação à hierarquia da Igreja Católica, tida como demasiado conservadora pelos líderes estudantis. Jacob Gorender assim esclarece o aparecimento da AP: “O surgimento da AP decorreu, simultaneamente, das mudanças na Igreja Católica a partir do pontificado de João XXIII e do aprofundamento da luta de classes no Brasil. Para os seus membros politizados, a Juventude Universitária Católica se mostrava já demasiado estreita, dada a vinculação oficial à Igreja (...). Em 1963 a AP aprovou o documento - base que explicitou sua definição pelo socialismo (...) buscando apoios doutrinários nos pensadores católicos (...) um socialismo humanista”. Nesta linha, lia-se Teilhard de Chardin (“O Homem em Teilhard de Chardin", de Paul Chauchard), Lebret (“Manifesto por uma Civilização Solidária”) e o gurú nacional, o Padre Henrique Vaz (“Reflexão sobre a Ação e a Ideologia”), todos eles jesuítas: buscava-se um “socialismo cristão”. Não eram, pois, de inspiração marxista os fundamentos teóricos da AP, mas assim foram considerados pela repressão pós - 64. A importância de Alagoas no contexto da AP pode ser medida pela presença entre nós da Coordenadora Nacional do ainda chamado “Grupão", Maria Angélica, em 1962. Aldo Arantes, eleito durante o XXIV Congresso Nacional de Estudantes em 1961, era, depois de Oliveiros Guanais, o segundo dirigente da UNE representativo da ideologia da AP; a ele seguiram-se Vinícius Caldeira Brant e José Serra, sendo que esse último não chegou a concluir o seu mandato devido ao regime imposto ao país a partir de 1964. Entre nós, seguindo a mesma sequência, tivemos como dirigentes da UEEA (chamada de “Entidade Máxima dos Universitários Alagoanos”) Adalberto Câmara, Agatângelo Vasconcelos, José Gonçalves Sobrinho e Ogelson Gama. Assim como Serra, pelo mesmo motivo, Ogelson também não concluiu o mandato para o qual fora eleito. Em Alagoas predominavam na política estudantil dois grupos: um com ideologia que o aproximava do “Grupão” (assim era designada a AP em suas fases iniciais) e outro próximo ao Partido Comunista Brasileiro, o PCB. Contudo, pontificavam líderes estudantis de outras tendências ideológicas, político-partidárias e religiosas. Em sua maioria, contudo, eram ligados à JUC, à AP, ou ao PCB, por serem os mais importantes direcionamentos da época no mundo estudantil. Todos eram jovens idealistas impulsionados pelas bandeiras libertárias do momento. Ninguém aceitava a pecha de “direitista”, visto que, usando o linguajar da ocasião, isso equivaleria a ser considerado como “alienado” ou, pior ainda, como “entreguista”. Aceitava-se a designação de militante “centro-esquerdista”, até mesmo de “centrista”; se alguém de fato era “direitista”, não assumia o seu direcionamento ideológico para não vir a ser estigmatizado dentro do Movimento Estudantil. Defendia-se uma ação nacionalista, lutava-se contra o imperialismo econômico, buscava-se a ampliação dos espaços democráticos em todos os níveis sociais, inclusive no sistema universitário brasileiro e na recém - fundada UFAL.

Assim, em seus primórdios, teve a UFAL que acatar a existência e interatuar, nem sempre de maneira fácil, com um combativo Movimento Estudantil pleno de reivindicações, greves, congressos, seminários e até editando pequenos, porém atuantes periódicos, pois cada Diretório Acadêmico publicava o seu “órgão oficial”, embora de restrita divulgação, a exemplo de “A Voz do Direito”, de “O Clínico” e de “O Prisma” (Engenharia), enquanto a UEEA editava o boletim “Atualidades que interessam aos universitários” e o DCE o periódico “O Novo Sol”. Era o Movimento Estudantil tão sólido entre nós que nos anos que antecederam a abril de 1964, conseguiu colocar na disputadíssima Diretoria da UNE dois dos nossos conterrâneos: Roberto Mafra e Jurandir Bóia.

Embora sabendo, como salienta Alberto Saldanha ao analisar o Movimento Estudantil, ser “necessário examinar concretamente a atuação estudantil, em cada conjuntura histórica, para se compreender os diferentes conteúdos e formas que assumem as mobilizações estudantis”, o escopo do presente trabalho será apenas o de relatar alguns desses acontecimentos, buscando evidenciar a presença de um combativo Movimento Estudantil nos anos iniciais da UFAL. Já Saldanha, em suas obras, aprofunda a compreensão das referidas mobilizações e estuda a construção de um mito assumido pelo Movimento Estudantil: o do Poder Jovem.

Lembremo-nos de que após a criação da Faculdade de Direito de Alagoas, em 1931, na mesma década, em ano que não conseguimos precisar, foi fundada em Maceió uma Faculdade de Farmácia e Odontologia de efêmera duração. A instituição não chegou a ser reconhecida pelo Ministério da Educação e Cultura e cerrou as suas portas. Os alunos que haviam concluído o curso foram instados, nos anos quarenta, a revalidar os seus diplomas no Rio de Janeiro e em Juiz de Fora. Nada encontramos referente a qualquer atividade estudantil reivindicatória, em nosso meio, naquela época. Não confundir, portanto, a instituição agora mencionada, com as posteriores Faculdade de Odontologia de Alagoas (fundada em 14 de julho de 1955) e Faculdade de Odontologia de Maceió (fundada em 04 de fevereiro de 1956), as quais vieram a se unificar para facilitar a criação da UFAL. Para que ocorresse tal fusão um movimento grevista dos discentes de ambas as instituições visou acelerar os acontecimentos, finalmente ocorrendo em de fevereiro de 1961 a primeira reunião da Congregação da nova Escola de Odontologia que já nascia incorporada à UFAL. Como fato curioso, mencionemos: durante a greve dos estudantes de Odontologia seus líderes promoveram no centro da cidade o enterro simbólico (devidamente acompanhado por “carpideiras”) do diretor de uma das escolas por ele ser o mais recalcitrante quanto à junção das instituições. Entretanto,antes da greve acima mencionada, os estudantes alagoanos apoiaram em março de 1960 uma greve de caráter nacional, com sete dias de duração, em repúdio a uma agressão que teria sido praticada contra o presidente da UNE, na capital federal.

No dia 11 de agosto de 1960, ou seja, na data em que era comemorado o Dia Nacional do Estudante, no Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Alagoas, teve lugar uma grande reunião promovida pela UEEA então presidida pelo estudante de Engenharia Adalberto Câmara (observemos que o líder estudantil agora citado presidia a UEEA e não o DCE, pois este ainda não fora criado, o que só ocorreria em 1962 ao empossar o seu primeiro presidente, Rinaldo Costa Lima, no dia 21 de fevereiro). Participaram do encontro os Secretários Estaduais da Educação e da Saúde, além de diretores de algumas das nossas faculdades isoladas, líderes estudantis e políticos. Desta reunião foi tirado um Memorial a ser entregue ao Presidente da República rogando o seu interesse quanto à criação de uma universidade em Alagoas. A. C. Simões, o nosso primeiro reitor, que desenvolveu grande trabalho pela federalização da Faculdade de Medicina e pela criação da UFAL, naquele momento já percebera ser o momento de uma proposta maior, ou seja, não mais a mera federalização de uma faculdade, mas sim a fundação de uma universidade. Moacir Medeiros de Sant'Ana informa nas páginas do Documentário das Comemorações do XX Aniversário da UFAL, fora o Memorial redigido por Adalberto Câmara, assinado pelos dirigentes máximos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Estado, pelos diretores das nossas escolas (na verdade, não o assinaram a Diretora da Escola de Serviço Social Padre Anchieta de Alagoas e o Diretor da Faculdade de Filosofia) e entregue pessoalmente ao Presidente Juscelino Kubitschek pelo presidente da UEEA , o que evidencia a importância da participação estudantil no episódio. Contudo, “O Clínico” afirma haver sido feita a entrega pelo Deputado Abrahão Fidélis de Moura que fizera parte da mesa diretora dos trabalhos na reunião do Dia do Estudante. As informações encontradas no depoimento de A. C. Simões, intitulado “Da Criação e do Primeiro Decênio da Universidade Federal de Alagoas”, inserido no Documentário Histórico editado pela UFAL em 1982, bem como no discurso pronunciado no jantar que lhe foi oferecido logo após a sua posse como Reitor da UFAL, esclarecem a divergência. É que não se trata do mesmo documento: o entregue pelo deputado acima mencionado é um Memorial anterior, datado do dia 2 de julho de 1960, oriundo do Conselho Técnico e Administrativo da Faculdade de Medicina no qual é solicitada a federalização da instituição.

Quando ocorreu a renúncia do Presidente Jânio Quadros, em 25 de agosto de 1961, a UNE e as Uniões Estaduais de Estudantes posicionaram-se claramente ao lado da Campanha da Legalidade desencadeada no Rio Grande do Sul pelo Governador Leonel Brizola com o apoio das Forças Federais sediadas em Porto Alegre. Havia, segundo Gorender, “uma situação de empate”, até ocorrer o posicionamento de Brizola, apoiado pelo III Exército. Para lá se dirigiu a Diretoria da UNE, após a decretação de greve geral por tempo indeterminado. Em Maceió a UEEA aderiu à greve nacional e em sua sede, à Rua Senador Mendonça (a qual ostentava faixa preta indicando luto pela morte iminente da democracia), instalou estridente serviço de som que retransmitia os programas radiofônicos da “Cadeia da Legalidade” vindos do estado gaúcho. Programou-se uma passeata (que não foi realizada por solicitação das autoridades federais), mas foram feitas reuniões conjuntas com os deputados estaduais e com os vereadores da cidade, sendo ainda as lideranças recebidas em audiência pelo Governador. Tal situação perdurou até as forças políticas e militares encontrarem a solução do Parlamentarismo, o possível naquelas dramáticas circunstâncias. Posteriormente, a renúncia do Gabinete Tancredo Neves com a nova crise surgida até o estabelecimento do Gabinete Brochado da Rocha, em junho de 1962, mostra como 61 e 62 foram anos plenos de turbulências políticas as quais atingiram fortemente o Movimento Estudantil.

Em julho de 1962 as lideranças estudantis decidem deflagrar a Greve de um Terço, movimento que paralisou as atividades discentes na UFAL por cerca de três meses. Houve previamente uma Assembléia Geral na Faculdade de Medicina, promovida pelo DA Prof. Sebastião da Hora, da qual se tirou um longo “Manifesto dos Estudantes Alagoanos” como informa “O Clínico”, periódico daquele DA: “Assinado pelo seu presidente, pelo DCE e pelos ptes. dos DD.AA de todas as nossas escolas superiores, a UEEA lançou o seguinte Manifesto...” Por ser longo deixamos de transcreve-lo. Pretendia-se uma participação mais numerosa dos alunos nos órgãos colegiados do Ensino Superior, sendo feita a proposta a de um terço de representação estudantil. Luiz Nogueira Barros que na ocasião era secretário geral do recém-criado DCE, discorrendo a esse respeito, diz: ”A reação dos professores foi negativa não porque eles se sentissem vigiados em suas honestidades, mas sim porque a mentalidade universitária era muito senhorial”. Durante tal greve chegou a haver a ocupação da Faculdade de Filosofia após um professor tentar quebrar a greve trazendo duas alunas para fazerem prova. Acirraram-se os ânimos e autoridades educacionais teriam sido impedidas de entrar no recinto, sendo necessária a intermediação pessoal do Vice-Governador Teotônio Vilela para apaziguar a situação. Outra versão, mais pormenorizada, informa haverem sido os grevistas alertados para a presença de um professor da UFAL, muito ligado à Igreja, o qual acompanhado por duas alunas (freiras da Escola de Serviço Social) insistia para que as mesmas pudessem fazer determinada prova marcada para aquela noite. Observe-se que a Congregação da citada Escola havia sido elogiada no “Manifesto dos Estudantes Alagoanos” exatamente por já haver adotado o que os estudantes pretendiam, a sua representação de “Um Terço”. Mesmo sem uma deliberação do Comando de Greve (pois não houvera tempo para tal) arregimentaram-se os alunos buscando impedir que a greve viesse a ser “furada”. O professor, dizia-se, estaria armado; o Diretor da Faculdade, perplexo... Presentes também estavam o Reitor e o Secretário de Segurança. Alguém apaga as luzes provocando um grande tumulto. Ao voltar a iluminação o Reitor conversou com os grevista e solicitou o fim do movimento paredista, retirando-se em seguida. Os alunos enviaram um emissário ao Palácio dos Martírios (foi ele o estudante de Medicina Roberto Jackson Cavalcante, sobrinho do Governador Luiz Cavalcante) que após algum tempo retornou com notícias preocupantes: “- Diga aos rapazes que saiam; o Exército e a Marinha poderão em breve intervir.” Surgiram rumores de prisões iminentes e de possíveis deportações para Fernando de Noronha. Finalmente os estudantes afastaram-se e foi dada por encerrada a ocupação, mas não a greve. Terá sido este o momento de maior tensão no relacionamento entre o Movimento Estudantil e a UFAL em seus anos iniciais.

Para que se chegasse à Greve de um Terço, a proposição foi diligentemente preparada. Dois grandes Seminários de Reforma Universitária foram previamente realizados: em Salvador, em 1960 e em Curitiba em 1962. A divulgação, pelo Centro Popular de Cultura, (CPC) e pela UNE Volante, levava aos principais centros universitários música, representações teatrais, publicações e grandes assembléias onde se discutia a Reforma Universitária pretendida. Nomes como os de Herbert Souza, Oduvaldo Vianna Filho, Ferreira Gullar, Cacá Diegues, Gláuber Rocha e Arnaldo Jabor, figuravam no CPC e alguns deles integraram a UNE Volante. Maceió também foi visitada, em 1962, e teve o palco do Teatro Deodoro ocupado por uma noite para as apresentações artísticas acima mencionadas. Aldo Arantes, em fevereiro, havia estado entre nós promovendo a UNE Volante, inclusive o filme “Cinco Vezes Favela”, produzido pelo CPC. No ano anterior quatro dos diretores da UNE aqui estiveram para várias atividades, inclusive uma visita ao Reitor Simões; contudo não se falava ainda em UNE Volante.

Em 1962 a UEEA promoveu o I Seminário Alagoano de Imprensa Universitária, na cidade de Santana do Ipanema; no mesmo ano o DCE realizou um Seminário de Assuntos Universitários, em Palmeira dos Índios, daí tirando a “Declaração de Palmeira dos Índios”. Não havia muita sincronia entre o DCE e a UEEA, contudo ambos os encontros foram positivos para o que se propunham. Observemos: as eventuais divergências mostrando as divisões existentes no Movimento Estudantil daqueles dias são consequentes às diferentes orientações político-ideológicas dos seus componentes, o que paradoxalmente trazia mais dificuldades e maiores encantos à instigante política estudantil. Porém desenvolvia uma atuação participante e destemida: discordou (o DA de Direito) da lista tríplice para a escolha do Reitor por ela conter professores interinos em detrimento de professores efetivos, apoiou a greves locais e nacionais, interferiu em questões pertinentes à saúde (DA de Medicina) e muito mais. O seu ato mais temerário terá sido a criação de um Comitê Estudantil da Frente de Libertação Nacional, tendo como integrantes muitos dos líderes locais. Este grupo nunca chegou a se reunir. Mas também cuidava de assuntos mais amenos: criou quadras de esportes e um clube recreativo, pois se envolvia em múltiplas situações e atividades. Certamente estava ele imbuído da crença do “Poder Jovem”, um mito, como já foi dito.

Outro movimento que empolgou os discentes nos primeiros tempos da UFAL diz respeito à efetivação sem concurso, nos quadros da Universidade, de professores que integravam as faculdades pré-existentes. Especificamente, havia um questionamento quanto ao que seria auxiliar técnico e auxiliar de ensino, com implicações que levavam à dispensa do concurso público. Em consequência foi lançado um “movimento de descrédito” quanto à capacidade profissional dos que se eximiriam do concurso; contudo, como lembra Audálio Cândido dos Santos, líder estudantil de então, concordou-se em arrefecer a discordância levando-se em conta o objetivo maior a ser alcançado, qual seja, a consolidação da novel Universidade Federal de Alagoas. Aliás, tão logo o Magnífico Reitor A. C. Simões, empossado em Brasília no dia 11 de outubro de 1961, regressou a Maceió, foi ele recepcionado no dia 25 do mesmo mês na sede da UEEA pelos reconhecidos universitários locais. Impressionado com as carências financeiras da entidade, no ano seguinte o Reitor saldou dívidas contraídas para a manutenção do Restaurante Universitário.

A instalação da UFAL aconteceu no Salão Nobre da Faculdade de Medicina. Estavam presentes as nossas autoridades universitárias, um representante do Ministro da Educação, autoridades eclesiásticas, professores e alunos. O professor Nabuco Lopes falou pelos docentes e Luiz Nogueira Barros pelos discentes. Em seu contundente discurso o estudante de Medicina analisou o Ensino Superior no Brasil, havendo desagradado aos setores ligados à Igreja, bem como aos conservadores em geral.

Quanto às ações assistencialistas, a UEEA, com a ajuda de verbas públicas, mantinha a duras penas um muito freqüentado Restaurante Universitário, em sua própria sede, bem como a Casa do Estudante Universitário (CAEU). Para abrigar as jovens estudantes criou, em 1961, a Residência Universitária Feminina de Alagoas, a RUFA. Quanto ao aspecto recreativo existia, ligado à UEEA, o Clube do Estudante Universitário (CEU), que promovia encontros dançantes semanais, inclusive carnavalescos. “Vamos ao Céu!” era o seu lema. Vale lembrar que somente em 1966 a UFAL assumiu e ampliou esta rede assistencial instalando o Restaurante Universitário e a Residência Universitária Masculina (RUMA). O Lar da Universitária Alagoana (LUA) foi instalado aproximadamente na mesma ocasião. Ressaltemos, tais providências eram absolutamente necessárias, pois com o advento do regime militar fora a UEEA desativada. Portanto, não mais existiam os seus órgãos assistenciais, além do clube recreativo mencionado.

Embora nem sempre tão coeso quanto fora desejável, o Movimento Estudantil alagoano, nos primórdios da UFAL, como vimos, era muito presente. Não desejamos apresentar a imagem de um Movimento Estudantil triunfante: aconteceram erros por ações e omissões, objetivos não foram alcançados, aconteceram acomodamentos, etc. Entretanto, ele mobilizou as questões locais, participou articuladamente das lutas no cenário nacional e esteve presente aos grandes encontros estudantis, em diferentes estados brasileiros.

Terá contribuído, ao seu modo, para a implantação, o desenvolvimento e a democratização do Ensino Superior entre nós. 

Fonte: http://alagoasreal.blogspot.com.br/2011/05/o-movimento-estudantil-nos-primordios.html

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Cineclube de Palmeira dos Índios é selecionado pelo 2º Edital do Prêmio de Incentivo à Produção Audiovisual em Alagoas

Ailton Jr (Tomada externa do Curta)
Cine Clube Lampião Cultural é selecionado para realizar curta-metragem com incentivo da Secretaria de Cultura do Estado (Secult).
Curta denominado "Sobre Relógios, Sonhos e Liberdade" encabeça a lista dos selecionados. O roteiro é uma passagem da relação entre a exploração do trabalho e a busca da liberdade.
O estudante de mestrado em Ciências Sociais e diretor estreante concedeu uma entrevista para o site Minuto Palmeira dos Índios, vejamos texto na íntegra.

"No dia do trabalho Palmeira tem uma voz e uma luz na escuridão"

por Edmilson Sá

No dia 17 de abril do corrente ano a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) divulgou a lista dos vencedores do 2º Edital do Prêmio de Incentivo à Produção Audiovisual em Alagoas. O primeiro nome a encabeçar a lista, aparecendo na categoria como diretor estreante é o PalmeirenseAilton da Costa Silva Júnior, tendo escrito um roteiro de curta-metragem de ficção intitulado “Sobre Relógios, Sonhos e Liberdade”. Em entrevista cedida a este Blog, Costa nos falou a respeito de seu curta-metragem e da paixão pelo cinema:
Blog: Palmeira dos Índios, terra de Graciliano Ramos e Jofre Soares é considerada hoje um berço de cultura meio esquecido pelo tempo, não temos mais nossos cinemas, nem tão pouco espetáculos que venham a resgatar os tempos áureos de nossa história, você acredita que esse prêmio pode funcionar como uma espécie de revitalização dessa cultura?
Costa: Sem dúvida que sim, nossa cidade foi maltratada pela política durante muito tempo, famílias que agiam como dinastias imperaram de forma agressiva, nossos cinemas deixaram de existir, nossas festas populares deram lugar a espetáculos banais em praça pública, esse prêmio serve como um grito de reconhecimento, talvez mais, talvez menos, eu não sei, mas essa cidade merece aparecer novamente sob os holofotes e Graciliano e Jofre ficariam felizes em presenciar isso.
Blog: Você se auto-avalia como sendo um cinéfilo de carteirinha, um apaixonado pelo cinema ao extremo, de onde vem essa paixão toda pela sétima arte?
Costa: Eu realmente não sei (risos), meu pai era um apaixonado pelo cinema, era fã de John Wayne, em alguns momentos ele dizia: “Você não pode falar que gosta de cinema se não conhece John Wayne e Leone”, eu via filmes de faroeste, western, toda tarde com ele, era uma fixação, eu acho que começou por aí o gosto por filmes. O interessante quando eu via certos filmes, e eu sei que toda criança faz isso, eu me colocava no lugar daquele personagem, eu imitava suas falas o tempo todo, eu decorava falas de filmes que eu via o tempo todo, eu cheguei a quebrar o vídeo cassete que meu pai havia me dado, de tanto assistir filme, era compulsivo (risos). O gosto pelo roteiro começou aos 12 anos e depois disso eu não parei mais.
Blog: “Sobre Relógios, Sonhos e Liberdade” é o seu primeiro curta-metragem, que será realizado de forma semi-profissional, com investimentos da Secult-AL, você podia nos falar um pouco sobre este curta-metragem?
Costa: Esta história foi escrita por mim originalmente em 2008, depois de ter sido demitido (risos), isso é sério, eu tinha sido demitido de um órgão bancário em Palmeira dos Índios, e tinha sido demitido sem justa causa, esse fato me fez pensar sobre a ideia de trabalho de forma mais profunda, eu vivia para aquele trabalho, eu olhava para o relógio o dia inteiro, eu tinha clientes nesse banco e fazia empréstimos, tinha que prestar contas ao banco todos os dias, era uma rotina escravista, eu me via cercado por pilhas de dossiês de clientes novos, a minha chefe nunca estava satisfeita. Quando eu fui demitido eu lembro de ter conversado com a R.H. do meu departamento e pego as coisas que ficavam em minha mesa, eu caminhei até a minha casa bem lentamente, coisa que antes eu não fazia, era um cara apressado, fazia tudo correndo, esse percurso até a minha casa me presenteou com essa história que seria “Sobre Relógios, Sonhos e Liberdade”, que é uma crítica ao sistema de trabalho, onde um cara que trabalha em uma repartição tem um sonho e esse sonho acaba mostrando a ele a porcaria de vida que ele leva.
Blog: Você é presidente de um Cineclube de Palmeira dos Índios, chamado “Cineclube Lampião Cultural”, como surgiu a ideia de criar um cineclube?
Costa: Essa história é bem bacana, o primeiro projeto que escrevi em 2009 se chamava “Um olhar cinematográfico”, a proposta era apresentar um filme e ao termino desse filme realizar um debate entre os convidados da noite e o público, as sessões eram realizadas na Casa Museu Graciliano Ramos, esse projeto depois viria a se transformar em “Cinema na Casa de Graça”, esse título foi dado pelos meus grandes amigos Luciano José e Edmilson Sá, que também fazem parte do Cineclube hoje, que batizamos de Lampião Cultural, esse nome foi dado também por um integrante, meu amigo e diretor de fotografia Mário Zeymison. Nossa equipe ainda conta com Victor Henrique que é o atual secretário,Alexandre SouzaIbernon Rodrigues Wolffgang Lemos. Os filmes exibidos por nós não são em sua totalidade comerciais, nossa temática é mais crítica, e o cinema arte é mais cotado. Ingmar Bergman, Sérgio Leone, Walter Salles, Glauber Rocha, Lars Von Trier, entre outros. Nosso cineclube também é produtora, o roteiro que eu criei foi inscrito no Edital do audiovisual pelo Cineclube como pessoa jurídica.
Blog: Quando o curta-metragem começa a ser rodado aqui em Palmeira dos Índios?
Costa: Bem, o prêmio foi de 20 mil reais, que vai ser destinado a compra de material destinado as filmagens, alguns equipamentos como Travilling, grua, steadycam, para algumas cenas. As locações são em Palmeira dos Índios, algumas cenas serão realizadas nas principais ruas do centr, só que de madrugada (risos) essas cenas dizem respeito ao plano onírico do filme, e devem ser rodadas sem que haja a presença de pessoas no ambiente, tem uma cena que será rodada no restaurante Pavana do nosso amigo Victor e a repartição escolhida para ser o local de trabalho do personagem central é o escritório de contabilidade Contempi. O elenco é pequeno, eu estarei no papel principal como “o escravo do trabalho” (risos) e mais alguns integrantes do nosso cineclube. O bom desse curta-metragem é que ele será exibido mais tarde em alguns canais como por exemplo a TV educativa de Alagoas (TVE) e também o canal Brasil, mediante acordos de publicação.