segunda-feira, 3 de setembro de 2012

CARTA DE REPUDIO A ATITUDE AUTORITÁRIA DA REITORIA DA UFAL EM DERESPEITAR O CAMPUS ARAPIRACA

O Campus Arapiraca da Universidade Federal de Alagoas está com suas atividades paralisadas desde o dia 2 de abril de 2012. Isso se deve à falta de segurança, ocasionada pela localização do Presídio Desembargador Luiz de Oliveira Souza (PDLOS) que fica dentro das instalações da unidade de ensino, oferecendo risco a vida das mais de 3 mil pessoas, dentre estudantes, docentes, técnicos e terceirizados.

Há mais de cinco meses a comunidade acadêmica luta para retomar suas atividades com segurança, com diversas ações, tais como, ocupação da Governadoria do Agreste, em Arapiraca, vigília na Praça dos Martírios em Maceió e passeatas. Contudo, nada se conseguiu além de promessas por parte do governo do Estado de Alagoas, que ofereceu um acordo pífio e sem garantias de que não haveria reincidência de fugas na direção do campus, sem contar na omissão da reitoria da instituição.
Na falta de garantias de segurança, a comunidade acadêmica decide em assembleia no dia 28 de junho que não iria voltar às instalações do campus sem a completa desativação do presídio, exigindo que a reitoria da universidade buscasse locais para alocar os 14 cursos de graduação até a total desativação do PDLOS.

Cerca de 2 meses depois, a direção do campus Arapiraca convoca assembleia e apresenta à comunidade um projeto de alocação dos alunos em salas de prédios particulares da cidade de Arapiraca, mostrando a existência de espaços dentro da cidade, e elucidando que a situação do PDLOS continua a mesma, sem nenhuma medida ter sido tomada. Dessa forma a comunidade aprova o retorno às atividades nas salas alugadas, em assembleia deliberativa, que contou com um total de 245 alunos – de um total de 2100 matriculados - 33 técnicos – de um total de 50 – e 74 professores – de um total de 130. Ou seja, uma assembleia legitima, uma vez que se contou com mais de 50% + 1 das categorias dos servidores e a representação de mais de 10% do total de alunos matriculados, tudo de acordo com o regimento da instituição.

Mesmo com tamanha representação do campus Arapiraca e a deliberação de retorno em locais alugados, já previstos e planejados pela direção do campus, a reitoria da universidade recusou-se a alugar os locais propostos, alegando irregularidade em determinados documentos, porém sem nenhuma demonstração de empenho em tentar regularizar a situação. Assim, a reitoria ignorou a decisão da assembleia e descumpriu com sua palavra inicial quando afirmou que nenhuma decisão seria tomada sem consulta prévia ao coletivo de Arapiraca. Mais uma vez a reitoria se mostra autoritária e intransigente, recusando-se a buscar alternativas e querendo forçar alunos, professores e funcionários a regressar as atividades em meio ao medo e a insegurança, desconsiderando uma assembleia legitimada e registrada.

Será esse o reitor que representa a nossa instituição? Uma gestão autoritária que processa alunos e desrespeita a comunidade acadêmica, essa é a reitoria da Universidade Federal de Alagoas. O Diretório Central dos Estudantes Quilombo dos Palmares - Gestão Correnteza: Quem Espera Nunca Alcança, vem somar-se a luta do campus Arapiraca, cobrando que a reitoria cumpra com sua função de representar o corpo que constitui essa universidade, trabalhando sua autonomia e democracia. Abaixo a ditadura reitorial que se apossa de nossa universidade.

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