segunda-feira, 9 de julho de 2012

Carta a Comunidade da UFAL

Unir os estudantes, professores e técnicos em defesa de uma educação pública e de qualidade.


A política adotada pelo Governo Federal tem sido a de privilegiar o pagamento da dívida pública (45,05% do orçamento da União) e diminuir os gastos nas áreas sociais, como saúde (4,07%) e educação (2,99%)¹. Mostrando assim para quem realmente Governa esse país: os Banqueiros e grandes especuladores do mercado financeiro.

Além disso, a exemplo do Governo de FHC, o PT vem se negando a negociar com os comandos de greve nacional numa tentativa de desarticular o movimento grevista. E ainda, cada vez mais privatizando o patrimônio brasileiro: privatização da previdência dos servidores públicos, de jazidas de petróleo, inclusive do pré-sal; dos aeroportos mais movimentados do Brasil; de Rodovias; de hospitais universitários; de Florestas; da saúde, educação, segurança, e muitos outros serviços essenciais que cada vez recebem menos recursos.

A UFAL não tem ficado fora dessa onda de privatização e sucateamento, lembremos que de uma maneira bastante truculenta em 2007 a UFAL apostou em adotar o REUNI e a expansão universitária sem avaliar os efeitos que poderiam causar. Essas políticas visam o aumento do numero de estudantes na universidade sem que haja o investimento necessário para a manutenção de um ensino público de qualidade e de livre acesso a todos – sem a necessidade de vestibular/ENEM, ou qualquer outro método que restrinja a participação daquele que terminou o ensino médio e pretenda cursar o nível superior.

Muitos cursos hoje passam por problemas de falta de professor, obrigando aos poucos que tem a se sobrecarregarem para lecionar todas as disciplinas. E ainda, a falta de salas de aula, bibliotecas setoriais, laboratórios, e tantos outros problemas estruturais que a universidade enfrenta, proporcionando péssimas condições na formação acadêmica.

No interior a situação é ainda mais gritante. Entre um polo construído junto ao presídio (Campus Arapiraca) e polo que ainda é uma abstração (Campus Sertão) muitos estudantes que sonhavam em entrar em uma universidade pública federal se depararam com um verdadeiro improviso e algo que mais se parece com um aulão em praça pública a um centro de excelência em pesquisas, o que deveria ser a UFAL.

Se isso já não fosse o bastante, a pífia política de assistência estudantil adotada pela universidade não está em condições com os problemas enfrentados no estado de Alagoas, onde 86% da população recebe até 2 salários mínimo, sendo 16% sem nenhum tipo de renda e 49% com até 1 salário mínimo². E mesmo assim a Universidade não oferece mais que 120vagas na residência universitária – campus A.C. Simões, única residência estudantil no estado, 1300 refeições no R.U. – também só na capital, e uma misera bolsa de R$360,00 para 3,78% (928)³ dos estudantes da graduação, deixando de fora vários estudantes que por falta de mais recursos ficam de fora, e os que são contemplados ainda são obrigados a trabalhar para a universidade durante 12h semanais, tipo de política adotada pela universidade para suprir a carência de técnicos existentes e assim não abrir novas vagas com a realização de concursos públicos.

Entendendo que o momento é de mobilização para a transformação do ensino para que possamos ter uma universidade verdadeiramente popular e democratizada, exigimos:


ESTRUTURA:
  • Construção do departamento de saúde com novo setor odontológico, farmácia escola e ambulatório;
  • Construção da clínica escola de psicologia em Palmeira;
  • Construção do bloco de Artes no Campus A. C. Simões, com salas em números suficientes e que contemple as necessidades técnicas do trabalho das linguagens: Dança, Teatro e Música. Que neste bloco seja construído o TEATRO UNIVERSITÁRIO, com equipamentos de iluminação e som adequado. Que todas as três categorias possam conhecer e opinar sobre o projeto existente para bloco;
  • Acessibilidade para pessoas com necessidades especiais em todos os campi;
  • Maior acervo na Biblioteca Central e nos demais campi;
  • Construção de Bibliotecas Setoriais em todas as Unidades e ampliação e modernização do acervo das que já existentes
  • Construção, melhorias e manutenção nos laboratórios;
  • Cumprimento dos prazos de entrega das obras, e aplicação de multas as empresas que atrasarem a obra;
  • Desativação imediata do presídio de Arapiraca;
  • Retirada dos diversos equipamentos de outros setores do bloco novo da FAMED, para possibilitar a utilização do bloco administrativo que hoje é um amplo depósito;
  • Recursos próprios para o escritório modelo de assistência jurídica;
  • Término das construções das obras paradas e manutenção dos blocos existentes;
  • Pela entrega imediata do Hospital Veterinário, residência e restaurante universitário em Viçosa;
  • Pela entrega do projeto e construção imediata do prédio do polo de Santana do Ipanema;
  • Acesso a internet com a qualidade a todos e em todos os campi;
  • Assegurar transporte público para a comunidade acadêmica de todos os campi;
  • Reforma dos espaços esportivos da universidade e acessibilidade para todos.




ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO:
  • Aumento no número de docentes e técnicos da UFAL, Que a relação proporcional de aluno/professor seja reduzida para 12/1;
  • Que a Bolsa Permanência se torne Bolsa Pesquisa/Extensão;
  • Pelo fim dos cursos pagos na UFAL;
  • Que a lei 11.788, de 25 de setembro de 2008, que garante renumeração dos estágios obrigatórios nas licenciaturas, sejam cumpridas imediatamente pela Ufal;
  • Que todos os gastos (transporte, hospedagem e alimentação) das atividades referentes às atividades do campo, provenientes das matérias obrigatórias, sejam imediatamente custeadas pela Ufal;
  • Pela TV e rádio Universitária, vinculado ao curso comunicação social;



ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL:
  • RU gratuito para todos, em todos os polos;
  • Residência Universitária em todos os campi, e ampliação dos auxílios moradia;
  • Fim da obrigatoriedade do trabalho para a bolsa permanência;
  • Equiparação e aumento anual no valor das bolsas;
  • Entrada de ônibus os três horários e até às 23h no campus A.C. Simões;
  • Ampliação das vagas do NDI, e sua instalação em todos os campi;
  • Que o critério de regulamentação dos transportes da Ufal, seja exclusivamente de acordo com a ordem de chegada das solicitações, sem haver a separação entre atividades políticas e acadêmicas;
  • Auxilio profissional para pessoas com necessidades especiais;
  • Criação e mais autonomia para o Núcleo de Apoio Estudantil no Interior;
  • Construção, revitalização e democratização das estruturas esportivas nos campi.



Por uma educação pública e de Qualidade em todos os níveis!
Paridade no CONSUNI!

Por auditoria da dívida pública!
Pelo investimento de 10% do PIB na educação!
Contra a implantação da EBSERH!
Contra a Privatização dos Bens Públicos!
Contra a intervenção da policia, ou qualquer órgão externo da Universidade sobre as questões politicas e acadêmicas da Universidade!
Pelo fim do processo movido pela Reitoria ao DCE e os 7 estudantes!



Diretório Central dos Estudantes
“Quilombo dos Palmares” gestão Correnteza: Quem espera nunca alcança


¹Auditoria cidadã da dívida pública http://www.auditoriacidada.org.br/publicacoes-artigos-estudos-e-boletins/
²PNAD – IBGE 2010
³Relatório de gestão da UFAL 2011



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