Quem são os mais excluídos nesse processo?
Além disso, segundo dados do PNAD de 2008, a média de escolaridade de brancos é de 8,3 anos, e a de negros é de 6,5 anos. Havendo, portanto, uma disputa desigual no acesso às vagas das universidades. E isto não é por acaso, os índios e negros foram por muitos anos escravizados no nosso país, e depois disso foram largados pelo Estado, sem renda, assistência e educação. Somente nos últimos anos é que temos tido, mesmo que timidamente, avanços na inclusão na educação superior.
A falta de prioridade do governo com a educação básica é muito preocupante. No Ideb do MEC, por exemplo, os estudantes de ensino médio tiveram uma média nacional de 3,7, numa escala de 0 a 10. Em Alagoas, essa média foi de 2,6, a pior do país, mostrando a distância que existe entre os estudantes do ensino médio e o sonho de ingressar na universidade.
Assim, a aprovação no Senado do PLC 180/2008 (o PLC das cotas nas universidades federais) que destina 50% das vagas destas universidades para estudantes oriundos de escolas públicas e sugere critérios complementares de renda familiar e identidade étnica ou racial até 2016, representa um avanço no acesso à universidade.
Mesmo com esse avanço, a aprovação desse PLC está longe de representar a verdadeira democratização do acesso ao ensino superior, pois não altera a essência da exclusão que é a falta de vagas. A juventude brasileira tem que continuar lutando por mais investimento e livre acesso à educação, entendendo que educação é um direito do povo. Queremos mais que cotas, queremos assistência estudantil e livre acesso a todos! Como bem disse Che Guevara: “A universidade deve pintar-se de negro, mulato, operário e camponês, ou o povo a invadirá e pintará com as cores que quiser”.
Fonte: http://gazetaweb.globo.com/gazetadealagoas/noticia.php?c=211644
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