quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Acordo assinado com MPF-AL deve garantir construção de hospital veterinário

TC prevê publicação de novo edital de licitação até o fim de outubro, além de multa diária de R$ 1 mil por atraso; orçamento existe há 3 anos

Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado nesta terça-feira (04) entre Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas e Universidade Federal de Alagoas (Ufal) deverá viabilizar a construção de um hospital veterinário e laboratórios estruturantes para o curso de medicina veterinária no campus da Ufal em Viçosa, a 87 km de Maceió.


De acordo com as cláusulas do TAC, a Ufal tem até o fim do mês de outubro para publicar o novo edital de licitação para a construção do Hospital Veterinário, 45 dias para o recebimento de propostas e 30 dias para análise, julgamento de recursos e publicação do resultado.


A empresa contratada terá 15 dias para entregar as documentações necessárias e dar início à obra. Ficou definido também que será feita uma licitação para a obra dos laboratórios estruturantes, cabendo à universidade publicar o edital até o fim de outubro, dar prazo de 15 dias para o recebimento de propostas, 30 dias para análise, julgamento de recursos e publicação do resultado.


Proposto pelo procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Rodrigo Tenório, o TAC foi assinado pela reitora da Ufal durante encontro que também reuniu servidores, professores e alunos do curso de medicina veterinária, durante a manhã, no auditório da Procuradoria da República em Alagoas (PR/AL).


Veterinária


O curso de medicina veterinária da Ufal faz parte do primeiro momento de expansão da universidade e foi inaugurado em 2006, no município de Viçosa. O curso conta com 13 professores para ministrar cerca de 60 disciplinas e funciona com apenas um laboratório.


O orçamento para a construção do hospital veterinário foi liberado em 2009, mas até o momento as obras não foram concluídas, pois a empresa vencedora da licitação não avançou no compromisso assumido pelo contrato.


Na opinião do professor Pierre Barnabé, uma falha da gestão da universidade. "Não houve um planejamento coerente quando a Ufal resolveu abrir o curso de veterinária. Por que em um curso em Bom Jesus, a 500 quilômetros do Piauí, contemporâneo ao nosso, há trinta professores veterinários, e em Viçosa, a oitenta e sete quilômetros de Maceió, temos apenas treze?", questionou Barnabé.


Para o professor Diogo Câmara, a insatisfação dos docentes não recai apenas sobre a carga horária. "Estamos sugerindo uma nova grade curricular, com a proposta de duas entradas anuais, para que possamos nos focar em disciplinas em que somos especialistas. Professores de outros cursos poderiam complementar o corpo docente, mas temos a dificuldade do isolamento, já que zootecnia e agronomia estão em outro campus", explica o professor.


Futuro


O procurador da República, Rodrigo Tenório, mostrou preocupação com relação ao futuro do curso. "Dentro do caos em que o curso se apresenta, não tenho certeza se novas turmas poderão continuar a ser abertas. Alunos e professores preocupam-se ainda com a falta de servidores para suprir a demanda quando o hospital veterinário estiver em funcionamento".


Uma nova reunião para definir as questões do corpo docente e da contratação de novos servidores foi agendada para 04 de novembro, às 14h, no auditório da PR/AL. De acordo com a reitora Ana Dayse Dórea, tramita no Congresso um projeto de lei para a abertura de 50 mil novos cargos públicos nas universidades e institutos federais de todo o Brasil. Se aprovado, parte das vagas destinadas à Ufal vão preencher o quadro de servidores do hospital.


A Ufal terá que pagar multa de mil reais por dia de atraso se não respeitar o prazos estipulados, salvo se o motivo do atraso estiver além de sua esfera de atribuição.


Para a estudante Eveline Marques, que participou do encontro, a reunião serviu para elevar a expectativa dos universitários no sentido de que os problemas sejam de fato solucionados. "Não é concebível que um curso funcione apenas com professor e aluno, já que necessitamos de laboratório. Afinal, cada estudante tem apenas cinco anos para adquirir os conhecimentos para o exercício da profissão. Ou seja, hoje o prejuízo está lançado, e por isso cobrávamos empenho na busca por soluções", opinou.

(fonte: gazetaweb.com)

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