terça-feira, 18 de outubro de 2011

POESIA REVOLUCIONÁRIA CONSTRUÍDA POR TICIANE SIMÕES


DO INÍCIO DA REBELIÃO

Meu problema indignado nos teus olhos
Teu reflexo nos meus
Quanto mais humano, mais comum, em comum
- Comuna!
Isso não consegues enxergar
Teu capital não tem persona
Então a quem devo matar?
Se ao se descartar um, contratam “treis”
Que em suor aumentam tua margem de lucros
Ganhar, sem saber a que preço
E que preço!
Nas ruas, renega teus filhos
Deixando tua cria comer cola
No teu coito favorecendo figurões de malas cheias e sacolas
- Que olhos cegos de mundo tens ó dita salvação?
Deve ser às escuras essas tuas caminhadas
Já que problemas aqui fora não enxergas
Se os que gritam nas ruas não consegues ouvir
Deve de ser também surdo
Então, já que deficiente te diagnosticamos
Tua inclusão devemos providenciar
Vai à rua ouvir o que o povo, que é “burro”, tem a te ensinar
Grande sábio
Quem sabe ainda haja esperanças
E mais social possa ficar
Só não tenho mais é saco pra te ver tomar champanhe
Em taças de cristal
Jogar teus lixos em lixeiras de ouro
Enquanto eu, como povo, me fodo.

Til.





DA MORTE DESEJADA

Tentaram me convencer que sou bom
Que tenho tudo, que sou o melhor
E fui quase levado a acreditar
Me vi diante de um lates perfeito, encabeçado com o meu nome
Uma aceitação pública federal
Nomeado e diplomado
Papel nas mãos e vento empoeirado no cérebro
Com o nariz quase a cima da cabeça bati com os pés no teto.
As respostas aqui me são vagas
Cheias de vitorias frias
Em mim ferve um calor à luta
O grito na rua, o desejo expressado em faixas
Tão firme quanto a correnteza dum rio
Que em quedas se fortificam numa união que desmitifica
Quebra da ideia de homogeneidade das “EDUCAÇÕES”
Na realização diariamente aprendida com vitorias primeiras e não únicas
Não findar nas barreiras!
Um passo largo pra lua
O de direito, exigido pelo povo que vai à frente
A luta vencida por todos
O capital morto
Exposto no dente!
Til.


Um comentário: